quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Porto-Covo Fds de 30 de Julho



Estou com um humor de cão. Segunda-feira, dia 2 de Agosto. O que é que eu estou aqui a fazer? O que vale é que isto vai passando durante a semana com o aproximar dos poucos dias fora daqui! Este fim-de-semana foi bom, por isso fico ainda mais angustiada por me deparar com uma realidade e um cenário tão diferentes do que estavam ontem. A tranquilidade, a paz, o mar, o sol, a areia, a pele a escaldar, el dolce fare niente …
Consegui que me dessem a sexta-feira para poder aproveitar melhor o fim-de-semana. Ao menos já não chegámos às nove da noite, aliás chegámos por volta da hora do almoço a Porto-Côvo o que já foi muito positivo. Como combinado previamente fomos buscar a chave de nossa casa à papelaria/correio que fica no centro. A senhora foi-nos mostrar a casa que era mesmo perto da dita papelaria. Era uma típica casa alentejana com direito a barras azuis e tudo. Tínhamos quarto, casa de banho e uma sala com cozinha. Tínhamos também um grilo morto na parte de dentro do postigo da porta, estava assim penduradito numas teias de aranha. A casa estava limpa e arrumada, tinha só esse pormenor um pouco mais rústico.
Assim que largámos as tralhas em casa e como não tínhamos almoçado e a fome já apertava sugeri que fôssemos comer uma bifana antes de ir ver como eram as praias. É que já não aguento mais o raio dos fofinhos com queijo e fiambre (temos que renovar o nosso farnel da praia). Sentámo-nos no único sítio que não era nem restaurante nem tasca de nativos e não faziam bifanas! Lá comemos um hambúrguer que também não é mau.
Não sabia que Porto-Côvo tinha umas praias tão bonitas! Antes de chegar à primeira praia acessível a pé passam-se por algumas praias no fundo das rochas simplesmente maravilhosas, parece que estão assim protegidas pelos seus penhascos completamente a pique das garras dos homens. Sendo assim impossível a instalação de bares, barracas, bandeiras, ou seja apresentam-se no seu estado natural e original! Este caminho foi um bocado penoso para mim é que era mesmo quase á beira dos precipícios. Só me apetecia deitar-me no chão e ir a apreciar a vista a rastejar (como na tropaaaa, não foste à tropa?). È uma pena este pavor de alturas que não me deixa desfrutar em pleno estas belezas da natureza.
Apesar de o dia ter-se posto enublado a praia estava muito boa, então a temperatura do mar estava qualquer coisa de espectacular. Tomámos um banho de mar daqueles mesmo bons. O D a apanhar ondas como os miúdos e eu a passar por cima delas (ainda não domino a técnica de apanhar ondas). Depois da água gelada de Odeceixe este banho parecia de água morna, não sei se é normal em Porto-Côvo a temperatura da água ser assim ou se foi só em nossa honra. Ouvimos através de conversas no café da praia que ia haver nessa noite uma festa na dita.
A volta para casa já foi feita pelo lado de fora, ou seja, pela estrada. Pelo caminho viam-se montes de auto caravanas estacionadas, ou seja, uma casinha com vista para o mar. Aquilo é que é qualidade de vida… Acho que em vez de investir numa casa e ficar a pagá-la até aos 90 anos vou mas é investir numa auto caravana. Isso é que era desfrutar da vida. Qual hotel, qual casa com piscina, qual quê! Podia ter uma casa todos dias num sítio diferente! Isso é que era!
Fiz para o jantar o prato que faço sempre quando estou com pouca vontade para cozinhar ou quando me quero despachar. Foi um esparguete à carbonara a modos que aldrabado (não levou ovo nem alho), nem sei se se pode chamar à carbonara aquilo. Para variar fiz uma tachada que dava perfeitamente para nós e para mais todos os habitantes de Porto-Côvo e arredores. O saca-rolhas que havia na casa era de plástico pintado de prateado para imitar o metal digamos assim. Tinha um ar bastante frágil, frágil demais para sacar uma rolha que é precisamente a sua função. Assim que o D tentou puxar pela rolha, partiu-se. Duvido muito que alguma vez tenha aberto alguma garrafa. Lá se teve que aplicar a técnica da rolha para dentro.
A nossa casa estava mesmo perto a praça onde há o movimento nocturno. A festa na praia não era viável porque nem eu nem o D nos lembramos de levar um mísero casaquito e a noite estava bem fria. Que totós!
A Avenida principal à noite enche-se com aquele espectáculo de famílias, carros de bébes, crianças a correr e toda a gente a praticar o desporto do chupar no belo do gelado. Pensava que só no Algarve e naqueles centros principais é que acontecia este fenómeno da peregrinação das famelgas em busca do crepe e do gelado. Aperaltam-se todos, vestem as suas fatiotas mais fashion e aí vão eles passear o modelito na avenida. Quando eu tiver uma família, tipo filhos e essas coisas, espero não fazer estas figuras. Por volta das 11h o movimento abranda e recolhe tudo ao ninho. Demos conta disso quando estávamos sentados na esplanada de um café de nativos, o CAFÉ ARSÉNIO (nome bastante convidativo para um estabelecimento onde se serve comida). Estávamos aí a beber e a conversar sobre nomes engraçados para cães, imagine-se! Já não me lembro é de metade.
Depois de dar muitas voltas à terra em busca de um bar convidativo para se estar fomos parar a um mesmo ao pé de casa. O bar estava muito animado, havia Karaoke e no intervalo das actuações dos artistas havia música para abanar a pandeireta. Ali o estilo principal dos homens era manga cava e gel no cabelo e acho que andavam por lá também uns casacos de cabedal (o que o Cristiano Ronaldo fez a esta geração!) e elas muito aperaltadas também. Divertimo-nos, cantámos, dançámos e saímos quando o bar fechou. Quando saí de lá reparei que estava um bocado tonta, é que a menina do bar servia umas doses de Whisky quase de copo cheio! Quando me deitei vi o quarto a andar um bocado à roda.
Dia seguinte, praia! Um bocado combalida ainda da noite anterior mas nada demais. Fomos para a mesma do dia anterior, a Praia Grande. Quando lá chegámos nem estava muita gente mas encheu muito para o fim da tarde. Não tinha muitas famelgas, eram mais grupos de malta nova. De reter um grupo que estava perto de nós. Eram cinco rapazes e uma rapariga. Quatro deles faziam muita chinfrineira o outro que era do tipo magrinho, branquinho, de óculos, estava sempre deitado a ler e não piava. A moçoila também não abriu a boca o dia todo e só apanhava sol e fazia poses. Estava ali qualquer coisa de estranho… Por fim os quatro animados puseram-se a jogar vólei sentados e volta e meia lá ia a bola parar à cabeça de um dos amigos que estavam alapados na toalha. Quando o magrinho decidiu ir ao mar, na volta os amigos perguntaram-lhe a típica coisa quando alguém vai a banhos “Como está a água?” ao que ele respondeu “molhada” e voltou-se a deitar. (sim, nós somos muito cuscos e ouvimos as conversas dos outros!). Estava ali um clima estranho ou então eles eram mesmo um grupo esquisito.
No final do dia voltámos para a nossa casita, bebemos umas mines e fomo-nos arranjar para ir jantar.
Os restaurantes tinham toda fila para comer, decidimos esperar no restaurante ZÉ INÁCIO e decidimos também que quando tivermos um cão vai-se chamar Zé Inácio! Fica giro! “ Zé Inácio! Senta!”, depois acabaria por ficar só Zé, o que também é engraçado!
Comemos que nem uns alarves. Primeiro, uma cesta de pão alentejano (o que vale é que estávamos fartos de pão, se não, não sei…) depois o D pediu carne de porco à alentejana e eu como não tinha comido pão nenhum o dia todo pedi uma açorda de bacalhau com amêijoas. O que vale é que estava mesmo boa! Um restaurante para voltar!
Quando saímos do restaurante mal nos podíamos mexer. Estávamos tão cheios… Aí bateu-me o cansaço todo da noite anterior, do dia de praia e de ter a barriga cheia que nem uma porca. Ficámos um bocado num banco no meio da praça do movimento. Estavam umas senhoras num banco à nossa frente que falavam muito de doenças e comprimidos (até parecia um sketch p rir) o marido de uma delas estava ali a ouvir a conversa com o ar mais aborrecido do mundo.
Depois de apreciar mais alguns modelitos engraçados que passavam rendemo-nos ao cansaço e fomos esticar o corpo para casa e descansar.
No Domingo dormimos até apetecer e depois a sessão do costume: arrumar as tralhas, entregar a chave da casa e praia! Fomos para a praia de S. Torpes. Se a água em Porto-Côvo estava boa, ali estava maravilhosamente fantástica! Não custava nada entrar! Não ficámos muito tempo na praia com medo do trânsito, como era dia 1 de Agosto devia estar a acontecer a peregrinação em massa em direcção ao Algarve e no sentido contrário também. Vimos na praia um golfinho morto ainda pequeno, eu não me cheguei muito ao pé porque tenho uma má relação com cadáveres, só a palavra dá-me arrepios!
Na volta dei de novo a ideia da bifana que me ficou atravessada desde sexta! Parámos no caminho numa terra que já não me lembro o nome e entrámos no único café que estava aberto. “Boa tarde, fazem bifanas?”, “Não fazemos bifanas” Comemos uma sandes de presunto que já tem um sabor diferente dos fofinhos e já deu para enganar um bocado o desejo da anafib.
De volta à Babilónia.
Para a semana há mais. Odeceixe de novo! Mas desta vez campismo selvagem, ao pé da praia! Até vou levar a minha animala!

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