Sempre que passava pelo edifício da antiga fábrica de Vidros da Rua das Gaivotas em Lisboa, agora devoluto e totalmente entregue ao abandono, a curiosidade de espreitar lá para dentro por entre grades e janelas agora emparedadas era sempre grande. Do pouco que agora se consegue ver ainda se percebe que naquele espaço estão máquinas e utensílios utilizados no fabrico do vidro também totalmente entregues ao abandono. Relatos contados por familiares que ainda viram a fábrica em pleno funcionamento fazem-me imaginar cada vez que espreito lá para dentro como seria a “vida” dentro daquele espaço fabril agora totalmente adormecido em pleno coração da capital. Contaram-me, quando a fábrica ainda funcionava e do lado que dá para a Rua Fernandes Tomás, em meses de Inverno as janelas do edifício serviam como autênticos aquecedores tal era o calor que de lá de dentro vinha. Agora ao olhar para a antiga fábrica é difícil imaginar que de dentro daquela ruína fria algum dia houve vida e calor.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Sítios abandonados
Sempre que passava pelo edifício da antiga fábrica de Vidros da Rua das Gaivotas em Lisboa, agora devoluto e totalmente entregue ao abandono, a curiosidade de espreitar lá para dentro por entre grades e janelas agora emparedadas era sempre grande. Do pouco que agora se consegue ver ainda se percebe que naquele espaço estão máquinas e utensílios utilizados no fabrico do vidro também totalmente entregues ao abandono. Relatos contados por familiares que ainda viram a fábrica em pleno funcionamento fazem-me imaginar cada vez que espreito lá para dentro como seria a “vida” dentro daquele espaço fabril agora totalmente adormecido em pleno coração da capital. Contaram-me, quando a fábrica ainda funcionava e do lado que dá para a Rua Fernandes Tomás, em meses de Inverno as janelas do edifício serviam como autênticos aquecedores tal era o calor que de lá de dentro vinha. Agora ao olhar para a antiga fábrica é difícil imaginar que de dentro daquela ruína fria algum dia houve vida e calor.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Lagoa de Melides
A Dal e o J já tinham ido antes para arranjar um bom lugar com a luz do dia. Ao chegarmos à Lagoa de Melides seguimos as indicações que nos deram e entrámos por uma estrada de areia que à entrada tinha umas placas de madeira a dizer mais ou menos isto: Proibido a circulação de viaturas nas dunas, sujeito a coima segundo o Decreto-Lei não sei das quantas. Mesmo assim fomos porque eles estavam ao fundo dessa estrada num lugar com vista para o mar e com o espaço perfeito para as duas carrinhas.
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Sítios imaginários
Parando um bocado para observar os miúdos de hoje as brincadeiras são exactamente assim… Estão sempre dentro de uma história e de um cenário imaginado por eles. Apesar das grandes diferenças geracionais há coisas que não mudam. E quando se vêem crianças a brincar longe de TVs e Playstations é isto que acontece.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Está quase a acabar a vida mais ou menos…
E agora vai voltar tudo outra vez até Janeiro. Estou com medo e não me sinto com força para passar por isto tudo de novo. Mas mais uma vez não tenho coragem para desistir. Espero não ficar insuportável, porque nem eu própria me aguento às vezes!
Este fim-de-semana ainda estamos na dúvida se vamos para a praia da Carrapateira ou não. Fazer campismo selvagem claro! Isto de acordar e estar pertinho da praia é do melhor que pode haver. Pelo que vi na Internet aquilo é um sítio maravilhoso, só não sei quais se as condições climatéricas serão as mais favoráveis. Outro dos meus medos é a GNR (sim porque isto de fazer campismo selvagem é fora da lei neste país!). Não sei se ali os senhores Guardas Republicanos são de chatear o pessoal. Deve depender de como bater o vinho nesse dia! Também não sei onde poderemos parar a carrinha e estar a chegar a um sítio de noite sem conhecer o território é complicado. Já pedi à Dal que passasse por lá antes para averiguar as condições (sim porque ainda há gente de férias e com tempo livre!). O esticão até à Carrapateira ainda é longo… Enfim, o único ponto a favor é mesmo a paisagem lindíssima.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Lisboa
Gostava de perceber este fenómeno que acaba sempre em arrependimento e repete-se e repete-se. A vontade de extravasar começa logo sexta-feira depois do trabalho. A sensação de alívio por mais uma semana ter passado aliada à vontade de vingar o sacrifício e rotina do dia-a-dia faz destas coisas. Tentar ser feliz durante a semana é complicado por muito que se goste do que se faz. Horários, obrigações, rotina, mau humor generalizado, monotonia, o mesmo caminho de manhã o mesmo caminho ao final do dia, as mesmas caras no metro tudo isto faz fervilhar os nervos e dá vontade de fugir. Observado de cima este fenómeno de pessoas a ir e a vir do trabalho todos os dias enfiadas num metro apinhado a saírem a correr do mesmo ora em direcção ao trabalho ora em direcção a casa assemelha-se muito a uma colónia de formigas sempre atarefadas de um lado para o outro. Nem nos questionamos muito desta vidinha triste que levamos, fazemos o mesmo todos os dias porque tem que ser, porque a vida é mesmo assim, porque temos que ganhar dinheiro para sobreviver. E viver? Onde fica essa parte? Tanto sacrifício junto para quê? Para um dia estar velha e gorda a viver numa boa casa? Ou então estar velha e gorda e viver numa casa mais ou menos? Será que isto tudo vale a pena? O pior é que sei que não vale mas fazemos tudinho na mesma com muito sacrifício porque assim nos é imposto e assim é que deve ser. Ser feliz é sinónimo de acomodada e conformada? Não quero. Quero ser feliz a sério. O que significa estar bem na vida (oiço isto muitas vezes e é tão irritante…está sempre associado a alguém num cargo importante a ganhar um bom dinheiro, até pode não ter vida mas está muito bem na vida!)? Alguém me explica?
“.... Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde.
Dalai Lama
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Sagres - Fds de 20 de Agosto
Depois do trabalho na sexta à tarde, estrada fora até Sagres. Fomos pela auto-estrada porque a vontade de lá chegar e montar o estaminé era muita. Como há sempre qualquer coisinha que falta (se assim não for até é estranho) paragem na estação de serviço de Grândola para comprar carvão se não, não havia carnuxa para ninguém para o jantar.
Antes de entrarmos na estrada de terra batida que vai dar à praia do Barranco parámos num café para comprar umas cervejas (para nós e Dal) e umas coca-colas (para o J). Isto porque, coisas frescas nos próximos dias iam ser um luxo. Chegámos às 21.30 (recorde dos recordes). Quando entrámos na praia vimos o que parecia ser uma aldeia de auto caravanas e tendas. Andámos devagarinho com o carro por ali e lá os encontrámos num lugar fantástico com vista para o mar, ou seja, na fila da frente da “aldeia”. Pusemos as carrinhas em L e ficámos com um espaço bem aconchegante e mais ou menos abrigado. Pusemos as mesas no meio do L, arrumámos tudo e pusemo-nos a fazer o jantar. A lua estava quase cheia e fazia reflexo no mar, tínhamos uma vista privilegiada.
O churrasco foi uma invenção do caraças! Mais outra refeição maravilhosa até tivemos direito a arroz que a Dal fez no camping gaz e desta vez levámos café também. Mais uns fins-de-semana nestas condições e ficávamos prós nestas andanças (até estou a pensar comprar um frigorifico para ter no carro, isso é que era! Dava para ficarmos uns bons tempos em qualquer lado sem ser preciso ir à civilização! Desde que levássemos bastante água claro!).
Comemos e bebemos (estava-se mesmo bem ali na nossa sala de jantar!). Entretanto chegaram mais dois amigos do J e Dal. O M e a A que estavam a acampar no parque de campismo ali perto. Também se juntaram à nossa sala e ficamos ali a conversar muito embrulhados em mantas porque a noite estava fria e ventosa. O tema de conversa como sempre que estamos debaixo de um céu fantástico foi dar às mais diversas questões e teorias sobre o universo. Conversas que nos fazem sentir minúsculos e chega a dar um nó no cérebro só de tentar imaginar a resposta para tantas perguntas que ficam no ar. Quando estávamos a falar em Super Novas e em matéria e anti-matéria (não cheguei a perceber o que era) passa uma coisa no céu assombrosa! Uma mega-estrela cadente! Deu tempo para um dizer “Olha ali!” outro:”aonde?” “ali!” “AHHHH!” e ali estávamos seis pessoas boquiabertas a olhar para o céu. A estrela ainda se desintegrou em quatro bolas que continuaram a rasgar o céu atrás da primeira. E aquilo parecia que não acabava, deixámos de a ver porque desapareceu atrás do monte. Foi a coisa mais espectacular que vi até hoje no céu. Nunca nenhum de nós tinha visto coisa semelhante. Ficámos todos arrepiados.
Eram perto das 3 e tal da manhã quando nos fomos deitar.
Às 9h acordámos e a primeira coisa que fizemos foi tomar banho de mar e fazer o xixi da manhã. Ficámos muito espantados com a temperatura da água, ali em Sagres não é mesmo normal! Estava quase tão boa como em Tavira. Estar a 10 m do mar quando se acorda é das coisas melhores que pode haver. A água transparente, peixes a passarem por nós, aquela praia em estado primitivo parecia que estávamos no paraíso! Ainda bem que pouca gente sabe apreciar estes sítios e preferem praias com bares, música e 1m quadrado para estender a toalha. Continuem nesses sítios por favor! Não dei conta que estivessem ali portugueses além de nós. Tínhamos vizinhos espanhóis, ingleses, alemães, austríacos mas portugueses não vi. Nem parecia que estava no meu país.
Depois do revigorante banho matinal fomos tomar o pequeno-almoço. O J e a Dal precisavam ir à civilização encher garrafões com água e o saco de soro gigante para tomarem banho e nós decidimos ir com eles. Com medo de perder aquele lugar com vista mar não fomos nas duas carrinhas, deixamos a carrinha do D a ocupar o espaço das duas para ninguém estacionar ali. Eu e Dal fomos na parte de trás da carrinha a comer pó e a uma temperatura de 40 ºC e o J, o D e o Alex foram na parte da frente. Parámos no intermarché de Budens (nome estranho) para comprar gelo e acabámos por trazer um monte de coisas! Aproveitámos também para beber café a sério e soltar a tripa nas casas de banho do supermercado. De seguida fomos aos tanques públicos de lavar a roupa abastecermo-nos de água para banhos, louça e cão. De novo na caixa da carrinha de volta ao nosso sítio e praia.
O mar estava com aquelas ondas boas para brincar e o D passou lá horas a apanhar ondas armado em surfista sem prancha. Mesmo ao nosso lado tínhamos um casal de espanhóis tal e qual Adão e Eva só que não tinham a folha a tapar as partes pudibundas nem estavam debaixo de uma macieira, estavam mesmo a incorporar aquele espírito do paraíso. Assim que chegámos à praia e ainda estávamos a montar as tralhas ele vem na nossa direcção (naqueles trajes imagine-se! Aliás, sem trajes!) e pede-nos lume. O J emprestou-lhe o isqueiro. Isto pode parecer infantil mas deu-me uma vontade de rir! Acho esta atitude dele um bocadinho exibicionista, mas talvez seja preconceito meu. Eles estavam à vontade, nós é que nos estávamos a sentir um bocado constrangidos, é que os olhos parecem que fogem sempre para onde não devem, ainda por cima ela punha-se numas posições deitada que parecia que era de propósito! Mesmo com tudo empinado para os nossos lados. Ele já era mais mexido, punha-se a correr e a brincar com os cães de um lado para o outro com tudo a abanar. O mais giro foi quando calçou umas barbatanas pôs uma t-shirt e uns óculos de mergulho e foi para a água mas continuava sem cuecas! Estava cá com uma figurinha mesmo cómica. Não tenho nada contra o nudismo, nem acho nada mal que as pessoas o façam, só não percebo qual é a vantagem… Ainda por cima fica tudo tão feio assim destapado. Com um biquíni e uns calções de banho fica tudo muito mais composto.
Com uma rede daquelas verdes com furinhos posta por cima dos chapéus-de-sol fizemos uma barraquinha, tínhamos também feito uma espécie de muro com as pedras da praia onde prendemos um dos lados da rede e ficou ali uma casota e peras. Ficámos na praia a beber minis que tínhamos comprado a desfrutar do mar, da nossa barraca e a rir muito com os anúncios de meninas que estavam no jornal. Realmente ali havia para todos os gostos, desde rabos XXL, peludinhas, avozinhas, casadas, chinesas, africanas, ucranianas, grávidas, gordinhas, ex-transexual (ficámos a pensar o que seria aquilo!), travestis, uma que satisfazia o fetiche dos pés (???), um moço que atendia em lingerie, enfim, o que vale é que não gostamos todos do mesmo! Aqueles anúncios são qualquer coisa!
Quando a maré começou a vazar vi que estavam muitas lapas agarradas às rochas, pensei que talvez aquilo ficasse bom à bolhão pato (big buble duck, em inglês!), quer dizer só com alho e azeite porque nos faltavam os coentros, sinceramente não sei se aquilo é comível ou não. Eu e Dal agarrámos em duas facas num saco de plástico e fomos apanhar lapas. Não passou um minuto de ali estarmos e aparece uma espanhola com um saco de plástico a olhar para nós e pergunta “ Que estás recolhendo?” (não podem ver nada) “Lapas” respondeu-lhe a Dal, “ Como se hacem?” resposta da Dal “Não sei.” Ela apanhou três lapas à unha, fartou-se e foi embora. Esta gente não pode ver nada apre! O ser humano tem destas coisas, quando vê alguma coisa também quer, não sabe o que é mas isso não interessa, quer também! É como nas filas do talho, padaria ou pastelaria, se dizemos que alguma coisa que está na montra é bom e que vamos pedir a pessoa que está à nossa frente ouve e pede todos os exemplares daquilo que dissemos que queríamos. Ai as pessoas têm muito que se lhe diga! Apanhámos umas quantas, aqueles bichos agarram-se cá com uma força às rochas e também nos fartámos rápido, ainda por cima nem sabíamos se aquilo era bom. O aspecto por dentro não era dos melhores, mas para quem come caracóis aquilo não é nada!
Quando a noite começou a cair andámos 10 m e estávamos em “casa”! A Dal tomou banho mas nós não. Armamo-nos em freaks, e deixamos a nossa pele ficar a salgar até ao dia seguinte. Também sabe bem tomar só banho de mar, primeiro estranha-se depois entranha-se. Era capaz de ter ficado sem passar o corpo por água doce ainda mais uns dias. A noite mais uma vez ficou fria e ventosa. Jantámos. Acabámos por não cozinhar os bichos, deu-nos a preguiça e se calhar o trabalho não valia o pitéu. Assámos um chouriço e umas bifanas. O nosso vizinho espanhol ainda veio espreitar o nosso jantar e perguntou-nos se queríamos sardinhas! Não aceitámos não fosse ele querer do nosso chouriço! Ele era simpático e tinha uma figura cómica. Na noite anterior sem razão aparente a polícia marítima mandou-o ir embora, mas só a ele e a mais duas pessoas. Estranho… Mas ele voltou e até parecia ser uma pessoa muito tranquila.
O Alex começou-se a portar mal. Estava apaixonado por um cão que lá andava, imagine-se! Só queria ir para o pé dele e lambê-lo todo! O outro cão não estava a achar muita graça aquela perseguição e até se virou a ele! Mas o Alex mesmo assim (quanto mais me bates mais gosto de ti) não tirava os olhos do outro e cada vez que ele passava perto gania muito. O J teve que o prender e estava muito chateado a pensar que tinha um cão panisga. Na hora de dormir não queria entrar na carrinha, queria ficar na rua (parecia um adolescente rebelde a querer sair à noite), rosnou muito e ainda agrafou um dedo ao J (o amor faz destas coisas). Ficou de castigo a dormir na parte da frente da carrinha.
Estávamos todos moles e o D era o pior, estava com uma enorme dificuldade em manter os olhos abertos. Decidimos ir dormir para aproveitar bem o dia a seguir e descansarmos. O ser humano não devia ter esta necessidade de dormir… às vezes sabe bem dormir mas quando se quer aproveitar o tempo ao máximo acho uma perda de tempo. Se dormíssemos uma ou duas horas e ficássemos cheios de energia outra vez já era bom. Enfim… não fomos feitos para a vida louca e atarefada que levamos! Na maioria dos dias da semana por exemplo, tenho a sensação que os dias são muito curtos! Nunca há tempo para fazer tudo o que se queria! Não devíamos era trabalhar tantas horas! Quatro horas sempre a rasgar no trabalho já chegava! E o fim-de-semana devia ter três dias e não dois! Isso é que era! Conclusão: ESTOU MESMO A PRECISAR DE FÉRIAS!!!!!!
Apesar de nos termos deitado cedo só acordámos às 11h de Domingo, ou seja, estávamos mesmo a precisar de descansar.
O dia foi passado na praia entre banhos e já com aquela horrível sensação de ter de voltar à realidade. Ficava ali um mês naquele paraíso!
Despedi-me do mar e por volta das 6h fomos embora porque dali a casa ainda é longito e íamos pelas nacionais. A Dal e o J ficaram, que sorte! Como não tomámos banho o fim-de-semana inteiro tínhamos o cabelo rijo que nem palha a pele salgada e seca e areia em muitos lados, ficava assim mais dias, é bom.
O nosso vizinho espanhol quando nos viu a arrumar as coisas perguntou-nos se íamos ao “pueblo”, ou seja, à aldeia. Disse que estava morto por fumar um cigarro e queria que lhe comprássemos um maço. Explicamos-lhe que íamos mas não voltávamos mas como o J e a Dal iam tomar banho aos tanques públicos de Budens disseram que lhe compravam tabaco e ele aproveitou e pediu “una cervejita tanbien”.
Pelo caminho fomos conversando em coisas que nos faltam e que dariam jeito para transformarmos a carrinha numa autêntica auto caravana e podermos fazer campismo selvagem sem precisarmos de estar perto da civilização.
Parámos na Mimosa para jantar, engolimos duas bifanas cada um e seguimos viagem.
Tristeza… Ainda por cima para o próximo fim-de-semana não vamos poder ir a lado nenhum.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Tavira - Fds de 13 de Agosto
Compras feitas fomos jantar às megas tostas em Tavira (e com isto tudo já era quase meia-noite) e fomos para casa. Estávamos todos completamente podres de cansaço! O D assim que chegou a casa começou logo a namorar a piscina, a pôr o pezinho lá dentro a dizer que estava muito boa a água e tal. Não demorou muito estava lá dentro, o D segui-lhe o exemplo e eu fiquei cheia de inveja e também fui, ou seja, estávamos às 2h da manhã a tomar banho na piscina. Foi bom!
No sábado às 9h já tínhamos o rabo fora da cama prontinhos para ir para a praia! O dia acordou cinzento, começámos logo a praguejar, que raio de sorte a nossa, com os dias escaldantes que têm feito durante a semana e olhem-me para isto! Mas nada nos ia deter, nem que chovessem canivetes íamos para a praia!
Fomos para a praia do Barril. Não apanhámos o comboio, o caminho foi feito a pé que só faz é bem e é bem bonito! Paragem para beber um precioso café que nos desse energia e fomos para a praia! Andámos ainda um bom bocado que nos permitisse ficar num lugar sem ter chulé de vizinhos ou gritarias de crianças (eu gosto de crianças, mas na praia, nos restaurantes, nos cafés irritam-me solenemente as birras e os guinchos). O mar estava muito bom como de costume naquela zona. O sol apareceu passado um bocado e ficou uma brasa desgraçada! Que bom! Mesmo como eu gosto. Tomámos milhares de banhos.
De cromos da praia, só tenho a assinalar um grupo de três miúdas adolescentes (espero…), que estavam à beira mar a tirar fotografias. Mil e uma poses! Elas rebolavam-se na areia, espetavam o rabo faziam biquinho sexy. Uma até pôs areia dentro do sutiã do biquíni para fazer volume (publicidade enganosa…). Estiveram nisto que tempos e vira para um lado e vira para o outro e agora assim e agora assado. Enfim, um espectáculo um bocadinho triste de se ver. Depois da sessão no mar ainda foram fazer as mesmas figuras para as dunas.
Não ficámos na praia até ao fim do dia porque tínhamos uma bela churrascada para fazer em casa e as nossas mines estavam à espera. Quando chegámos fomos para a piscina e estivemos a brincar com as bóias da sobrinha do D que tem 3 anos), foi giro e deu para rir das nossas figuras. Enquanto se iam fazendo as brasas bebiam-se umas mines e jogava-se à sueca (cotas). Comemos que nem uns alarves nessa tarde! Para começar comemos um chouriço, depois uma morcela, depois uns bifes de vaca, depois bifanas e para finalizar espetadas de peru. Tudo a acompanhar com muito pão, salada e batatas fritas. Eu, claro cheguei a meio da bifana e já não consegui mais! Os homens comeram tudo a que tinham direito. O D acusou mais o alambasamento do que o D, porque depois do jantar quase não se podia mexer, fazia caretas, bufava e dizia “Epá não devia ter comido tanto!”. Realmente foi um exagero, mas soube tão bem!
Depois do jantar fomos a Tavira beber café e dar um bocadinho às pernas que bem precisávamos. O espectáculo de sempre… famílias, um número infindável de carrinhos de bebé por metro quadrado, gelados na mão e gente a passear-se na avenida com modelitos engraçados.
Decidimos sentarmo-nos na esplanada de um bar chamado Cafetaria Young se a memória não me falha. Nesse bar levámos com um personagem do mais looser que já vi. Chamámos-lhe o besuntas, era magrinho de óculos e com um ar um bocado choninhas, mas a aparência dele não teve nada que ver com a atitude que teve. A abordagem dele foi tão forte e abananativa que nem sei como descrever este encontro imediato de terceiro grau. Quando nos sentámos passados poucos segundos ele olhou para nós com ar de nojo e disse “Sim?” como se fosse estranho estarmos ali sentados, “Querem comer, beber…” parecia que estava a pensar que nós estávamos ali na esplanada só para estarmos sentados e não para consumir. A G pediu a lista porque queria beber um cocktail e na placa à porta do bar só dizia “Cocktails Diversos” ao qual ele respondeu “A lista sou eu, eu sou o bar tender” aí soltei um “Beeeeem!” do género “O que é isto? Este gajo disse mesmo isto” e fiz logo a minha cara 31 (não sei como não me levantei dali). O D então apressou-se a pedir um Whisky sem gelo e ele em vez de anotar não, respondeu-lhe: “Era para isso que queriam a lista?” sempre com um ar agressivo e armado em espertinho (estávamos todos abananados com este ser do além) a G respondeu-lhe que ela é que queria a lista porque queria beber um cocktail e “cocktails diversos” não é muito elucidativo. O besuntas armou-se em bar tender entendido e disse-lhe: “Você tem cara que ia gostar de uma Brisa do Mar” (looser, looser, looser!) pergunta legitima da G :”Então e o que é que leva a Brisa do Mar?” resposta do besuntas “Amêndoa amarga, licor Beirão e sumo de ananás” eu acho que o gajo inventou aquilo no momento, só pode! Só de imaginar no que aquela mistura estranha devia dar! A G então respondeu-lhe: “Enganou-se redondamente, detesto amêndoa amarga” ele ainda disse mais não sei quê e acabámos as duas por pedir um licor beirão e despachar aquele ser. Quando ele se foi embora estávamos boquiabertos e só deu vontade de rir. Esta conversa toda passou-se em poucos segundos. Ele nem nos deu tempo para respirar! Lembrámo-nos depois de um monte de coisas boas para lhe dizer, mas no momento simplesmente não deu, ele foi muito rápido e nós não estávamos à espera. A figurinha dele não fazia prever. Depois rimos muito à conta do moooooççççee. Quando vieram as bebidas para a mesa o Whisky tinha gelo e o D chamou-o à atenção, ele encolheu os ombros com um ar de “epá paciência!” mas depois lá perguntou se queria que ele tirasse o gelo. Pedimos a conta e ele em vez de nós dar o papelinho disse só o preço da dita, a G perguntou-lhe se podia ver o papel. Ele deu-lhe, ao que ela reparou que estava registado um whisky a mais (rais parta o besuntas!) ele viu-se um bocado aflito para subtrair 3 € da conta que nos tinha dado (o cérebro não dava para mais!). Este encontro é difícil de descrever e assim não tem tanto impacto, aquele tipo era mesmo um granda cromo! Temos que voltar à cafetaria Young para lhe fazer outra visita, mas da próxima vez já vamos preparados para enfrentar o bicho!
Como supostamente aquela noite do ano era a noite das estrelas cadentes fomos para casa tentar ver o espectáculo (a casa do D é numa zona afastada de Tavira). Sentámo-nos cá fora com tudo apagado a olhar para o ar. Resumo: eu vi uma, o D duas, a G outra e D não viu nenhuma porque não estava a olhar, ou seja, um número perfeitamente normal de estrelas cadentes numa noite de Verão. Fartámo-nos rapidamente de estar a olhar para o céu feitos totós à espera de um espectáculo de estrelas cadentes, acendemos as luzes e ficamos a beber e a conversar cá fora.
Aqui também tivemos outro encontro imediato de terceiro grau, mas desta vez com um rato e por sinal muito grande (muito menos inofensivo que o besuntas diga-se)! Quando o vimos ainda estava a uns bons metros de nós e quando ele nos viu em vez de fugir como fazem os ratos normais, veio na nossa direcção (que destemido)! Eu pus logo as perninhas em cima da cadeira e a gritar “ai que nojo, ai que nojo!” (que estúpida!) O D quando ele estava a passar por nós bateu com o pé no chão e então o rato deu um pulo gigante e desapareceu no meio das ervas. O animal era mesmo grande, que medo.
Ficámos ali até às tantas e no dia a seguir levantámo-nos cedo para ir à para a praia (agora os fds não são para descansar é dormir o menos possível). Grande caminhada outra vez. Estávamos todos tristes de ter que voltar para Lisboa cada um para o seu trabalho. Começámos a tentar inventar maneiras de fazer dinheiro fácil para ficarmos de férias para sempre! Só deu asneira! O D teve logo ideias mirabolantes e muito engraçadas mas depois a probabilidade de acabarmos todos presos era bastante alta! Não encontrámos nenhuma solução, claro e voltámos para Lisboa. Custou vir embora.
Grande esticão para cá outra vez. Domingo à noite estava furiosa, não é justo!
Próximo destino ainda não se sabe mas para algum lado será!
Odeceixe II - Fds de 6 de Agosto
Como nos tinha ficado na ideia da última vez que tínhamos estado em Odeceixe irmos para a zona onde estavam auto caravanas perto da praia, fomos! Artilhamos a carrinha com colchões, mantas, almofadas, muita água, comida, cadeiras, mesa, geleira, fogareiro e tudo o mais para se poder ir acampar com o mínimo de condições. Depois do trabalho ainda fomos a casa buscar a Ary e seguimos para Odeceixe.
A viagem foi longa, a vontade de chegar era muita, a incerteza se arranjaríamos um bom lugar ou pior ainda se a GNR nos expulsasse dali aumentaram a vontade de chegar e aumentaram o caminho também. Estes fins-de-semana estão a ser uma maratona, mas quem corre por gosto não cansa. Dão para por momentos nos sentirmos de férias e desligar o cérebro da semana de trabalho. O dia anterior à viagem além de ter sido passado a trabalhar, foi também passado a fazer compras, arrumar coisas e andar de um lado para o outro a tratar de assuntos, ou seja, deitamo-nos tarde e estafados. Sexta-feira depois do trabalho estávamos muito cansados mas a paz esperava por nós e bem valeu todo o cansaço e trabalho que se teve. A única coisa mesmo chata foi eu estar com uma dor de dentes horrível mas graças a um remédio anti-inflamatório que a Dal me levou esse pormenor não me conseguiu estragar o fim-de-semana e a dor lá passou. Já me estava a imaginar a ganir de dores o tempo todo e a ficar com a cara feita num bolo.
Esperávamos conseguir lá chegar ainda com luz mas não deu. Assim que chegámos a Odeceixe seguimos pela estrada de terra batida que vai dar à zona de auto caravanas junto da praia.
A Dal e o J também estavam a caminho para ir ter connosco e traziam o Alex. Nós e os cães para nos guardarem!
Apesar da escuridão arranjámos o lugar perfeito para as duas carrinhas e para montarmos o nosso acampamento à vontade sem chatear ninguém e sem nos chatearem também. Estavam umas quantas auto caravanas estacionadas por ali mas tudo a uma boa distância higiénica uns dos outros.
O céu estava qualquer coisa de fantástico! Tantas estrelas! Como estava noite de lua Nova o céu estava lindo. Ainda vimos umas quantas estrelas cadentes. Começámos a montar o estaminé em frente à carrinha e mais um bocado eles chegaram. Estava-se ali tão bem! Os homens tomaram conta dos fogareiros e nós do resto. Assamos uma carne e ficamos ali a comer. Mas que bem que soube. Melhor que em muitos restaurantes. Comer debaixo daquele céu estrelado e com o barulho do mar ao fundo não é para todos. É só para quem sabe o que realmente é bom… Juro que se me saísse o euro milhões comprava uma autocaravana e fazia disto vida. Percorrer praias e ser feliz! Quando estávamos a jantar passou um carro da GNR. “Pronto” pensei “ Vão correr connosco daqui para fora!”, mas não, passaram devagar, não chatearam ninguém e foram embora. Se eles chateassem sempre podíamos dizer que estávamos a fazer um piquenique, um bocado fora de horas mas pronto.
A Ary estava muito atenta (ela não está habituada a estas andanças) parecia que não estava a perceber muito bem tudo o que estava a acontecer, mas estava contente. Cada vez que alguém se aproximava do nosso território punha-se a rosnar como uma verdadeira fera (tadinha é tão medricas)! O Alex rufia como tudo e habituado a andar nestas vidas só queria fugir e explorar a área de outros vizinhos.
A noite fez-se fria e quando o cansaço apertou fomos dormir para a carrinha. Pusemos a sacaria toda na parte da frente, estendemos os colchões sacos cama e almofadas na parte de trás e voilá, uma cama de casal mesmo boa. Quando fechámos tudo eu estava com um bocado de medo de morrermos ali sem ar mas o D lá me mostrou que entrava ar por todos os lados e eu descansei… Que sensação tão engraçada dormir ali, ainda por cima estávamos mesmo confortáveis, nem me apetecia adormecer só para desfrutar aquela sensação tão fixe mas o cansaço ganhou e passado pouco tempo estávamos a chonar. A Ary dormiu aos meus pés muito enrroladinha numa manta e nem dei por ela a noite toda.
Quando acordei e abri a porta da carrinha tinha uma vista melhor que muitos hotéis de luxo, que bom que é acordar assim…
Tomámos o pequeno-almoço na nossa esplanada e fomos para a praia. A Ary estava radiante! No caminho para a praia, do lado do rio há uma espécie de fonte onde fomos encher um garrafão para dar de beber aos cães durante o dia. Ainda estou para saber se aquela água era boa para beber ou não. Os cães passaram o fim-de-semana a fazer uns cocós um bocado estranhos. Não sei se foi da água. Eu e o D quando se acabaram as águas que levámos ainda demos uns goles na água da fonte mas felizmente não nos aconteceu nada à tripa. Entretanto a Dal e o J foram ao supermercado comprar algumas coisas que faltavam para o jantar e nós ficámos na praia à espera. Eu já estava morta para beber um café desde que tinha acordado, mas como nós estávamos do outro lado do rio não tínhamos acesso à civilização enquanto o rio não baixasse o suficiente para atravessar a pé. Também não convinha mexer na carrinha porque se não perdíamos o nosso maravilhoso lugar, enfim tive que me aguentar e tentar manter-me acordada. Quando eles voltaram, o rio já dava para atravessar a pé, fintámos a Ary para que ela não percebesse que nos íamos embora. Atravessámos a praia e lá fomos ao abençoado café (mas esquecemo-nos do tabaco do outro lado do rio, já é a segunda vez que isto acontece quando vamos aquele café!). Na praia estavam muitos festivaleiros do sudoeste, via-se pelas pulseiras e porque muitos estavam a dormir na praia (o sudoeste é uma autêntica prova de resistência). Quando voltámos do café a Dal disse-nos que a Ary tinha ficado muito aflita e que se punha a cheirar toda a gente que saia da água para ver se éramos nós, tadinha da minha bicha.
Cada vez que íamos tomar banho a Ary ficava atarantada à beira de água mas não se atrevia entrar. Tive pena que ela não quisesse tomar banho de mar, ainda a puxei uma vez devagarinho e molhei-a mas o ar de aflição dela deu-me pena e não insisti. A diversão dela era mesmo andar a correr, fazer buracos na areia e roer pedras (meus ricos dentes!). O Alex tinha o hábito bastante irritante-ó-cómico de que assim que alguém sacudia uma toalha e a estendia ele passava-lhe imediatamente por cima. Não é que se quisesse deitar tinha mesmo é que sujá-la. Este cão parece que goza connosco.
Estávamos um bocado preocupados sem saber como íamos fazer para tomar um banho depois da praia. A Dal levou um saco próprio para tomar banho nestas condições selváticas que leva 20 l de água, mas estar a encher aquilo quatro vezes à dita fonte ia demorar muito, até porque a água da fonte não corre como uma torneira, era bastante mais lenta e um saco com 20 l de água é um bocado pesadote. O J também não estava a achar muita piada tomar banho com aquele saco de soro gigante e disse também que tinha muita área para lavar e que 20 l não lhe chegavam! Eu até pus a hipótese de não tomar banho porque suja não estava, mas é que tinha tanta areia no rabo por causa da brincadeira do atravessa o rio com a corrente! A nossa ideia inicial era mesmo recorrer a garrafões de água e fazer furinhos no fundo para imitar um chuveiro, mas ainda tínhamos que encher uns quantos! Conclusão: o J e a Dal pegaram no carro e foram tomar banho aos chuveiros (quer dizer à mangueira) da praia. Tínhamos visto durante a tarde que a fila para essa tal mangueira era interminável e parecia não diminuir (rais parta os festivaleiros!) mas quando já estava quase de noite a afluência à mangueira diminuiu e lá foram eles. Nós ficamos com o saco de soro gigante e fomos enche-lho à fonte. Os 20 l deram para nós os dois tirarmos a areia dos sítios impróprios e ainda deu para usar shampoo (que luxo!).
Nesse fim de tarde pôs-se um pôr-do-sol fantástico. Realmente o nosso “quarto” tinha uma vista do caraças!
Enquanto eles não chegavam fomos preparando as brasas para mais um petisco dos deuses. Jantámos, bebemos vinho, umas caipirinhas, jogámos ao merdas à luz dos nossos maravilhosos candeeiros a pilhas e quando o cansaço, umas gotas de chuva e uma rabanada de vento repentina nos mandaram mas é ir dormir, fomos. Quando estávamos quase todos prontos para ir dormir, cada casal na sua respectiva carrinha e com o seu respectivo cão só oiço a Dal dizer aos gritos: “J! O teu cão tem a cara cheia de merda!”. Conclusão: o Alex tinha estado a comer merda, que pelo que eles disseram é um hábito comum dele. O pior é que como estávamos numa zona de campismo selvagem a probabilidade de ser merda de gente aumentava bastante (epá... só neste bocadinho já disse tantas vezes merda!). Visto que ele ia dormir com eles dentro do carro não era muito agradável aquele cheirinho ao deitar. Eu tive muita vontade de rir, mas só o ar de nojo da Dal a limpar-lhe o focinho dava pena. Lá se tentou remediar o estado do focinho do animal com as minhas toalhitas desmaquilhantes e com um resto de água que tinha sobrado do nosso banho no saco de soro gigante. Ele ainda lutava contra a limpeza e foi para a cama amuado (tem cá um mau feitio!).
Essa noite fez-se muito quente e dormir na carrinha já não foi tão agradável com na noite anterior. O D acordou umas quantas vezes com sensação de falta de ar e teve que abrir a porta da carrinha para entrar ar. Eu nem sequer me enfiei no saco cama tal era a brasa!
O dia amanheceu muito quente, enublado e peganhento. Ao pequeno-almoço tivemos a companhia de muitas moscas o que foi bastante irritante (será que estávamos assim tão mal cheirosos?). Arrumámos tudo e fomos beber café ao sítio mais próximo dali. Foi num daqueles cafés que parece que pararam no tempo. Ficámos lá um bom tempo primeiro que conseguíssemos pedir os cafés. As duas senhoras estavam a fazer tostas mistas (aliás, uma fazia e a outra olhava para o fiambre) para mais três clientes além de nós o que deve ser uma grande afluência de trabalho para um café que deve estar habituado a servir três bicas e duas mines por dia no resto do ano. Depois de bebidos os cafés voltámos para a praia e por sorte ainda tínhamos os lugares para as carrinhas. Acho que as pessoas tiveram medo de ir para a praia porque o tempo estava muito cinzento, mas mesmo assim estava um calor que não se podia!
Não havia quase praia do lado do rio, a maré estava a subir bastante mais que no dia anterior. Encostámo-nos às rochas e construímos um mega muro (daqueles que se a maré tiver mesmo que subir destrói na mesma). Eu estava com algum medo que houvesse uma derrocada mas o melhor é não pensar muito nisso… Nessa tarde com a brincadeira de fazer o percurso do rio ao sabor da corrente pensei que ia morr er! O rio ainda estava muito cheio e não dava para travar com os pés na areia, ou seja, no fim do percurso pensei que ia ficar estatelada contra as rochas que estão à “entrada” do mar. O D lá me deu o braço e puxou-me porque percebeu que eu já estava a panicar. O raio da corrente é mesmo forte em direcção ao mar!
Por volta das 6h decidimos ir embora porque ainda eram um esticão até casa… Fomos ainda ao centro de Odeceixe tentar comprar tabaco mas não havia em lado nenhum!
O D pelo caminho parou outravez para ir ao campo fazer pupu (já se está a tornar um hábito!). Durante o fim-de-semana inteiro nenhum de nós teve condições para tal, se ficasse ali uma semana lá teria que ser no campo, mas ia ser complicado!
Próximo fim-de-semana vamos cometer a loucura de ir para Tavira (grande, grande esticão!). Vamos com o D e a G para casa dele. Até me vai dar uma coisa se for à ilha!
Porto-Covo Fds de 30 de Julho
Estou com um humor de cão. Segunda-feira, dia 2 de Agosto. O que é que eu estou aqui a fazer? O que vale é que isto vai passando durante a semana com o aproximar dos poucos dias fora daqui! Este fim-de-semana foi bom, por isso fico ainda mais angustiada por me deparar com uma realidade e um cenário tão diferentes do que estavam ontem. A tranquilidade, a paz, o mar, o sol, a areia, a pele a escaldar, el dolce fare niente …
Consegui que me dessem a sexta-feira para poder aproveitar melhor o fim-de-semana. Ao menos já não chegámos às nove da noite, aliás chegámos por volta da hora do almoço a Porto-Côvo o que já foi muito positivo. Como combinado previamente fomos buscar a chave de nossa casa à papelaria/correio que fica no centro. A senhora foi-nos mostrar a casa que era mesmo perto da dita papelaria. Era uma típica casa alentejana com direito a barras azuis e tudo. Tínhamos quarto, casa de banho e uma sala com cozinha. Tínhamos também um grilo morto na parte de dentro do postigo da porta, estava assim penduradito numas teias de aranha. A casa estava limpa e arrumada, tinha só esse pormenor um pouco mais rústico.
Assim que largámos as tralhas em casa e como não tínhamos almoçado e a fome já apertava sugeri que fôssemos comer uma bifana antes de ir ver como eram as praias. É que já não aguento mais o raio dos fofinhos com queijo e fiambre (temos que renovar o nosso farnel da praia). Sentámo-nos no único sítio que não era nem restaurante nem tasca de nativos e não faziam bifanas! Lá comemos um hambúrguer que também não é mau.
Não sabia que Porto-Côvo tinha umas praias tão bonitas! Antes de chegar à primeira praia acessível a pé passam-se por algumas praias no fundo das rochas simplesmente maravilhosas, parece que estão assim protegidas pelos seus penhascos completamente a pique das garras dos homens. Sendo assim impossível a instalação de bares, barracas, bandeiras, ou seja apresentam-se no seu estado natural e original! Este caminho foi um bocado penoso para mim é que era mesmo quase á beira dos precipícios. Só me apetecia deitar-me no chão e ir a apreciar a vista a rastejar (como na tropaaaa, não foste à tropa?). È uma pena este pavor de alturas que não me deixa desfrutar em pleno estas belezas da natureza.
Apesar de o dia ter-se posto enublado a praia estava muito boa, então a temperatura do mar estava qualquer coisa de espectacular. Tomámos um banho de mar daqueles mesmo bons. O D a apanhar ondas como os miúdos e eu a passar por cima delas (ainda não domino a técnica de apanhar ondas). Depois da água gelada de Odeceixe este banho parecia de água morna, não sei se é normal em Porto-Côvo a temperatura da água ser assim ou se foi só em nossa honra. Ouvimos através de conversas no café da praia que ia haver nessa noite uma festa na dita.
A volta para casa já foi feita pelo lado de fora, ou seja, pela estrada. Pelo caminho viam-se montes de auto caravanas estacionadas, ou seja, uma casinha com vista para o mar. Aquilo é que é qualidade de vida… Acho que em vez de investir numa casa e ficar a pagá-la até aos 90 anos vou mas é investir numa auto caravana. Isso é que era desfrutar da vida. Qual hotel, qual casa com piscina, qual quê! Podia ter uma casa todos dias num sítio diferente! Isso é que era!
Fiz para o jantar o prato que faço sempre quando estou com pouca vontade para cozinhar ou quando me quero despachar. Foi um esparguete à carbonara a modos que aldrabado (não levou ovo nem alho), nem sei se se pode chamar à carbonara aquilo. Para variar fiz uma tachada que dava perfeitamente para nós e para mais todos os habitantes de Porto-Côvo e arredores. O saca-rolhas que havia na casa era de plástico pintado de prateado para imitar o metal digamos assim. Tinha um ar bastante frágil, frágil demais para sacar uma rolha que é precisamente a sua função. Assim que o D tentou puxar pela rolha, partiu-se. Duvido muito que alguma vez tenha aberto alguma garrafa. Lá se teve que aplicar a técnica da rolha para dentro.
A nossa casa estava mesmo perto a praça onde há o movimento nocturno. A festa na praia não era viável porque nem eu nem o D nos lembramos de levar um mísero casaquito e a noite estava bem fria. Que totós!
A Avenida principal à noite enche-se com aquele espectáculo de famílias, carros de bébes, crianças a correr e toda a gente a praticar o desporto do chupar no belo do gelado. Pensava que só no Algarve e naqueles centros principais é que acontecia este fenómeno da peregrinação das famelgas em busca do crepe e do gelado. Aperaltam-se todos, vestem as suas fatiotas mais fashion e aí vão eles passear o modelito na avenida. Quando eu tiver uma família, tipo filhos e essas coisas, espero não fazer estas figuras. Por volta das 11h o movimento abranda e recolhe tudo ao ninho. Demos conta disso quando estávamos sentados na esplanada de um café de nativos, o CAFÉ ARSÉNIO (nome bastante convidativo para um estabelecimento onde se serve comida). Estávamos aí a beber e a conversar sobre nomes engraçados para cães, imagine-se! Já não me lembro é de metade.
Depois de dar muitas voltas à terra em busca de um bar convidativo para se estar fomos parar a um mesmo ao pé de casa. O bar estava muito animado, havia Karaoke e no intervalo das actuações dos artistas havia música para abanar a pandeireta. Ali o estilo principal dos homens era manga cava e gel no cabelo e acho que andavam por lá também uns casacos de cabedal (o que o Cristiano Ronaldo fez a esta geração!) e elas muito aperaltadas também. Divertimo-nos, cantámos, dançámos e saímos quando o bar fechou. Quando saí de lá reparei que estava um bocado tonta, é que a menina do bar servia umas doses de Whisky quase de copo cheio! Quando me deitei vi o quarto a andar um bocado à roda.
Dia seguinte, praia! Um bocado combalida ainda da noite anterior mas nada demais. Fomos para a mesma do dia anterior, a Praia Grande. Quando lá chegámos nem estava muita gente mas encheu muito para o fim da tarde. Não tinha muitas famelgas, eram mais grupos de malta nova. De reter um grupo que estava perto de nós. Eram cinco rapazes e uma rapariga. Quatro deles faziam muita chinfrineira o outro que era do tipo magrinho, branquinho, de óculos, estava sempre deitado a ler e não piava. A moçoila também não abriu a boca o dia todo e só apanhava sol e fazia poses. Estava ali qualquer coisa de estranho… Por fim os quatro animados puseram-se a jogar vólei sentados e volta e meia lá ia a bola parar à cabeça de um dos amigos que estavam alapados na toalha. Quando o magrinho decidiu ir ao mar, na volta os amigos perguntaram-lhe a típica coisa quando alguém vai a banhos “Como está a água?” ao que ele respondeu “molhada” e voltou-se a deitar. (sim, nós somos muito cuscos e ouvimos as conversas dos outros!). Estava ali um clima estranho ou então eles eram mesmo um grupo esquisito.
No final do dia voltámos para a nossa casita, bebemos umas mines e fomo-nos arranjar para ir jantar.
Os restaurantes tinham toda fila para comer, decidimos esperar no restaurante ZÉ INÁCIO e decidimos também que quando tivermos um cão vai-se chamar Zé Inácio! Fica giro! “ Zé Inácio! Senta!”, depois acabaria por ficar só Zé, o que também é engraçado!
Comemos que nem uns alarves. Primeiro, uma cesta de pão alentejano (o que vale é que estávamos fartos de pão, se não, não sei…) depois o D pediu carne de porco à alentejana e eu como não tinha comido pão nenhum o dia todo pedi uma açorda de bacalhau com amêijoas. O que vale é que estava mesmo boa! Um restaurante para voltar!
Quando saímos do restaurante mal nos podíamos mexer. Estávamos tão cheios… Aí bateu-me o cansaço todo da noite anterior, do dia de praia e de ter a barriga cheia que nem uma porca. Ficámos um bocado num banco no meio da praça do movimento. Estavam umas senhoras num banco à nossa frente que falavam muito de doenças e comprimidos (até parecia um sketch p rir) o marido de uma delas estava ali a ouvir a conversa com o ar mais aborrecido do mundo.
Depois de apreciar mais alguns modelitos engraçados que passavam rendemo-nos ao cansaço e fomos esticar o corpo para casa e descansar.
No Domingo dormimos até apetecer e depois a sessão do costume: arrumar as tralhas, entregar a chave da casa e praia! Fomos para a praia de S. Torpes. Se a água em Porto-Côvo estava boa, ali estava maravilhosamente fantástica! Não custava nada entrar! Não ficámos muito tempo na praia com medo do trânsito, como era dia 1 de Agosto devia estar a acontecer a peregrinação em massa em direcção ao Algarve e no sentido contrário também. Vimos na praia um golfinho morto ainda pequeno, eu não me cheguei muito ao pé porque tenho uma má relação com cadáveres, só a palavra dá-me arrepios!
Na volta dei de novo a ideia da bifana que me ficou atravessada desde sexta! Parámos no caminho numa terra que já não me lembro o nome e entrámos no único café que estava aberto. “Boa tarde, fazem bifanas?”, “Não fazemos bifanas” Comemos uma sandes de presunto que já tem um sabor diferente dos fofinhos e já deu para enganar um bocado o desejo da anafib.
De volta à Babilónia.
Para a semana há mais. Odeceixe de novo! Mas desta vez campismo selvagem, ao pé da praia! Até vou levar a minha animala!
Odeceixe - Fds de 23 de Julho
Lá fomos em direcção a Odeceixe seguindo todas as indicações direitinhas como tirámos da net. Pelo caminho parámos na estação de serviço de Grândola para beber um café, comprar água e cigarros, tudo muito rápido porque estávamos cheios de vontade de chegar! As estradas por onde fomos até Odeceixe eram muito bonitas, vale muito a pena fazer aquele caminho. Tentei tirar fotografias mas não ficaram muito boas, sempre que tentava apanhar as vacas que íamos encontrando não conseguia (já tinham passado!), o D ainda tentou abrandar umas quantas vezes mas mesmo assim não deu para apanhar o gado vacum. Para aqueles lados não se passa mesmo nada… poucos foram os carros que se cruzaram connosco, a paz realmente paira para aqueles lados. A viagem de ida para algum lado é sempre muito boa.
Assim que entramos em Odeceixe virámos para uma rua e vimos em letras garrafais: PENSÃO LUAR, era ali!
Fomos avisar que tínhamos chegado. A senhora que nos recebeu era muito simpática e pediu a um senhor que nos fosse levar ao nosso quarto. Era o quarto número dez. Depois de instaladas as coisas fomos ao único multibanco da terra levantar pilim. Aproveitámos logo para ver mais ou menos onde estavam os restaurantes para jantar no sábado. Só daquela ida ao multibanco deu para perceber que Odeceixe é uma terra muito gira, nada comparado com aqueles sítios pavorosos do Algarve que muita gente insiste em passar férias no Verão, onde só se vê bifas e bifes encarnados e bêbados e bimbos a tentar (o que não é difícil) engatar as bifas. No centro de Odeceixe vimos uma casa de sonho, era mesmo aquele tipo de casa que eu precisava para ser feliz! Era de uns alemães, e no pátio da casa viam-se umas crianças a correr de um lado para o outro felizes e contentes da vida (pudera!).
Voltámos para o quarto e entretanto já tinha passado muito da hora de jantar, como tínhamos levado num taparuer (não sei escrever esta palavra) uma salada fria para o jantar, comemos no quarto. Parecíamos uns autênticos campistas na varanda do quarto. Sacámos da geleira e pusemo-la a servir de mesa, pratinhos de plástico, copos de plástico e a bela da vinhaça a acompanhar. Se alguém nos viu deve ter ficado com pena de nós a pensar, “taditos não têm dinheiro para ir jantar fora”, ou então, “gandas bimbos aqueles!” Bebemos uma garrafa de vinho, começámos outra (aquele vinho estava a escorregar bem) e começámos a falar dos problemas do país e das perspectivas de futuro que a nossa geração tem, conclusão: estávamos bêbados. Quando demos conta que estávamos completamente gelados fomos para dentro, rimo-nos muito já não sei de quê e adormecemos.
De manhã fomos tomar o pequeno almoço a que tínhamos direito na pensão. Quando chegámos à sala a senhora diz-nos que não havia electricidade por isso não podia tirar café e não podia cortar queijo nem fiambre. Comemos pãozinho com manteiga e café da avó, o que valeu foi que aquele pão era maravilhoso e o café solúvel também não era mau. Destino a seguir: praia! Comprámos umas raquetes (sim, eu agora pertenço aquele grupo de pessoas irritantes que jogam raquetes na praia) e praia com eles. A praia é mesmo bonita, outra das tais que as pessoas não estão umas em cima das outras. Ali junta-se o rio ao mar. Numa zona mais atrás vimos muitas auto caravanas (muita inveja das pessoas que têm este tipo de veículos maravilhosos) e tendas, o que nos deu logo a ideia de ali voltar mas acampar na praia! A água quer do mar quer do rio estava simplesmente gelada, mas depois de meia-hora a habituarmo-nos e a molharmo-nos como os velhinhos o banho acontece!
Assim que comecei a jogar raquetes apercebi-me que era muito naba, foi do género, tok, tok e D apanha, tok, tok e D apanha. Já pensava que era das raquetes, da bola, mas não era mesmo da minha falta de jeito. Depois de algum tempo a jogar, lá entrei na coisa e até fizemos umas jogadas bonitas, eu sempre a torcer os rins ao D porque nunca mando a bola para o mesmo lado, ora para cima, ora para baixo, ora esquerda ora direita e assim sucessivamente. Depois de muito puxar pelo físico a água gelada parecia só fresquinha. A seguir à jogatana reparei que me doíam um bocado as pernas, mas não liguei muito.
Naquela praia acontece um fenómeno estranho, a maré sobe e desce a uma velocidade como eu nunca vi em lado nenhum! Quando lá chegámos e eu vi pela primeira vez a água a subir uns bons metros de repente, pensei logo num tsunami ou qualquer coisa do género! Mas pelos vistos ali é assim, talvez seja do rio. Na zona onde o rio se junta com o mar e conforme a maré está a encher ou a vazar a corrente nessa zona é muito forte ora para o lado do mar ora para o lado do rio. Basta pormo-nos dentro de água a boiar e aí vamos nós a toda a velocidade.
O dia passou-se entre raquetes, banhos e esticadelas ao sol.
Depois deste dia de praia tão puxado só sonhávamos com uma bela carne grelhada para o jantar, é que estava mesmo a apetecer! Depois do banho e de um momento para descansar o corpo um bocado fomos à procura de um sítio onde nos fornecessem um belo bife. Nessa altura as minhas pernas já me doíam um bocado mais. O restaurante mais conhecido de Odeceixe A Taberna do Gabão estava completamente cheio e tinha uma bicha (eu digo bicha porque não sou brasileira) enorme à porta, a nossa fome não nos permitia esperar. O D lembrou-se que no dia anterior tínhamos passado por um restaurante onde havia uma grelha enorme, o respectivo senhor a fazer grelhados e até tinha bom aspecto. Fomos lá ter. Sentámo-nos na esplanada e pedimos uma dose de picanha e uma de maminha. O D provou uma azeitona e fez cara de poucos amigos, elas por acaso estavam assim com um ar de velhas e secas estavam mais para passas do que para azeitonas. Não me atrevi a provar. O pão ali era igualmente maravilhoso, daquele mesmo difícil de parar de comer. Quando a carne veio-o para a mesa apanhámos uma desilusão, eram uns míseros bocados com um aspecto seco. Quando provámos apanhámos outra desilusão, é que a carne não tinha uma pitada de sal. As batatas fritas eram muito poucas para cada um, pedimos então uma dose extra de batatas fritas que ainda hoje está para chegar. O restaurante chamava-se O Chaparro, não nos apanham lá mais! Para compensar o nosso desconsolo comemos uma bela mousse de chocolate que conforta bastante a alma. Aí quando me levantei já parecia uma coxa ou que estava assada ou qualquer coisa assim. Os meus músculos doíam-me mesmo muito da raquetada na praia. Estou mesmo fraquinha.
Depois do jantar fomos ver como era a night. No largo principal estava muita gente à porta de uns bares barulhentos, parámos ali olhámos e não sabíamos bem onde entrar até que ouvimos ao longe algo que se parecia com Bob Marley. Seguimos a música e fomos dar a um bar um pouco mais afastado onde estava apenas uma mesa ocupada com nativos. As duas meninas que atendiam também eram nativas de certeza, até porque estavam mais preocupadas em dar cervejas e tremoços aos moços do que nos atenderem. Ali ficámos, eu a beber caipirinhas e o D o seu belo do Whisky. O bar acho que se chamava S.A e estava ao cimo de uma rua estreitinha que vai dar ao largo central. Conversámos, entristeci-me com a ideia de ter voltar para Lisboa no dia a seguir. Às vezes não consigo aproveitar ao máximo os momentos porque fico assim triste a pensar no que virá a seguir. Sofro muito por antecedência, tenho que tentar mudar isto para poder aproveitar da melhor maneira os fins-de-semana que são o que nos resta este Verão.
Domingo de manhã arrumar tudo, pagar a estadia e como já era mais hora de almoço do que de pequeno-almoço pensámos ir comer a qualquer lado antes de ir para a praia. Quando fomos pagar o senhor que estava ali insistiu para tomarmos o pequeno-almoço apesar das horas tardias e que não dava trabalho nenhum! Que simpático! Lá enfardámos aquele pão maravilhoso e desta vez tivemos direito a tudo porque já havia electricidade. Sumo de laranja, café, queijo e fiambre ou seja, barriga cheia para o resto da tarde.
O dia de praia foi bom, apesar de termos uma família um bocado irritante ao nosso lado, um dos pais era mais criança que os próprios filhos. Estiveram imenso tempo a abrir um buraco perto de nós (não sei para quê) e assim que a maré subiu lá foi a grande obra de engenharia num instante.
A nossa diversão nesse dia foi andar numa grande bisga embalados pela corrente na zona de junção do mar e do rio, apreciar a paisagem que ia passando por nós e rir da nossa figura. Quando chegávamos ao fim do percurso eu fazia como os putos e dizia “bora outravez?”. Pôs-se um fim de tarde espectacular, daqueles que dá mesmo vontade de ficar na praia até às nove da noite. Mas por volta das sete horas rendemo-nos às evidências e fomos embora.
Na volta passámos outra vez pelas estradas maravilhosas cheias de gado vacum. Com a luz de fim de dia aqueles campos pareciam autênticos quadros. O D estava cheio de vontade de c… e quando já não aguentou mais entrou com a carrinha para um terreno e foi mesmo ali, mesmo á homem do campo, só faltou limpar o rabo às folhas.
A entrada em Lisboa foi difícil e só chegámos a casa perto das onze da noite.
Mentalização para mais uma semana de trabalho.
Próximo destino… Porto-Côvo! Havia um pessegueiro na ilha e tal!